Hoje dia 25 de fevereiro, Edson Davi completaria oito anos de idade. O que deveria ser um momento de celebração para sua família se tornará mais uma oportunidade para reforçar as buscas e exigir respostas sobre o seu desaparecimento, ocorrido em 4 de janeiro de 2024, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. O caso do menino Edson Davi, que comoveu o Brasil, ainda está sem solução e continua gerando angústia e preocupação entre seus familiares e apoiadores.
Na tarde do dia 4 de janeiro, Edson Davi brincava na areia da praia, acompanhado por outras crianças. Por volta de 14h30, ele e seu pai, Edson dos Santos Almeida, compraram açaí em um quiosque próximo. Câmeras de segurança registraram o menino caminhando sozinho pelo calçadão e, cerca de dois minutos depois, ele retornou à areia, onde conversou com um funcionário de uma barraca vizinha à do pai. Em um rápido intervalo, o pai percebeu sua ausência e iniciou as buscas na área. A comunicação do desaparecimento foi feita à Delegacia de Descoberta de Paradeiros às 17h00, dando início às investigações.
No dia seguinte, 5 de janeiro, as equipes de busca do Corpo de Bombeiros começaram a atuar, realizando buscas no mar e na areia da praia. A Polícia Civil analisou imagens de câmeras de segurança e ouviu testemunhas para tentar entender os últimos movimentos do menino. A principal linha de investigação apontava para a possibilidade de um afogamento, dado o mar agitado naquela tarde, embora a ausência de sinais de sequestro não descartasse outras hipóteses.
Com o passar dos dias, a família de Edson Davi recebeu novas informações, como uma foto de um garoto fazendo um lanche, que, segundo algumas fontes, seria o menino desaparecido, mas a criança não foi reconhecida. As buscas continuaram, e a polícia solicitou à população que colaborasse com qualquer informação relevante. No dia 4 de fevereiro de 2024, quando o desaparecimento completou um mês, familiares e apoiadores realizaram protestos na praia da Barra da Tijuca, pedindo respostas. A busca por informações e pela verdade segue até hoje, e em 3 de janeiro de 2025, um ano após o desaparecimento, familiares e apoiadores organizaram um ato na mesma praia, reforçando o pedido por justiça e exigindo que as autoridades intensifiquem as investigações.
Diante da falta de avanços nas investigações, familiares e apoiadores seguirão promovendo ações para manter o caso em evidência e pressionar as autoridades responsáveis. Entre os familiares, Marize Araújo, mãe de Edson Davi, tem sido incansável na busca por informações sobre o paradeiro do filho.
A ComCausa se propôs a intensificar o apoio à família, auxiliando na mobilização e na divulgação do caso por meio de uma série de reportagens. O material será publicado no Portal RedeDH, integrada ao site comcausa.org.br, e no Portal de Notícias C3, além das redes sociais da instituição, principalmente a Crianças com Direitos. A iniciativa visa ampliar a visibilidade do desaparecimento e alertar a sociedade sobre o número crescente de casos semelhantes no Brasil.
Marize, mãe de Edson Davi, faz um apelo em busca de respostas sobre o caso de seu filho. Ela relatou que não mantém contato com a delegacia desde o segundo mês após o desaparecimento, pois nunca acreditou na versão de que ele teria se afogado. “Eles me disseram que meu filho deve ter ficado preso nas pedras, mas meu filho nunca entraria no mar. Contratei uma perícia séria, que provou, por meio de relatório, que meu filho nunca entrou no mar. Isso é um fato, temos como provar”, afirmou.
Marize também pediu que a Polícia Federal assuma a investigação do caso com seriedade e dignidade. “Nosso apelo é que a Polícia Federal passe a investigar o caso do meu filho, com seriedade e dignidade, e faça justiça por Davi. Tudo leva a crer que meu filho foi vítima de tráfico humano”, disse.
O desaparecimento de Edson Davi reflete uma realidade alarmante. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), milhões de crianças e adolescentes desaparecem anualmente em todo o mundo, e cerca de 46 milhões de pessoas vivem em condições de trabalho escravo, sendo 40% delas menores de idade. O índice de desaparecimento infantil cresce cerca de 10% ao ano, evidenciando a necessidade de políticas públicas mais eficazes para prevenção e busca de desaparecidos. No Brasil, os números também são preocupantes. De acordo com a CPI da Câmara dos Deputados de 2010, aproximadamente 250 mil pessoas desaparecem anualmente no país, e uma criança ou adolescente desaparece a cada 15 minutos. A falta de integração entre os órgãos de segurança e a morosidade das investigações dificultam a resolução dos casos, aumentando o sofrimento das famílias que, muitas vezes, enfrentam o descaso do poder público.
Desaparecimento de crianças e adolescentes: um problema crescente
O desaparecimento de Edson Davi reflete uma realidade alarmante. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), milhões de crianças e adolescentes desaparecem anualmente em todo o mundo, e cerca de 46 milhões de pessoas vivem em condições de trabalho escravo, sendo 40% delas menores de idade. O índice de desaparecimento infantil cresce cerca de 10% ao ano, evidenciando a necessidade de políticas públicas mais eficazes para prevenção e busca de desaparecidos.
No Brasil, os números também são preocupantes. De acordo com a CPI da Câmara dos Deputados de 2010, aproximadamente 250 mil pessoas desaparecem anualmente no país, e uma criança ou adolescente desaparece a cada 15 minutos. A falta de integração entre os órgãos de segurança e a morosidade das investigações dificultam a resolução dos casos, aumentando o sofrimento das famílias que, muitas vezes, enfrentam o descaso do poder público.
A família de Edson Davi, com o apoio da ComCausa, seguirá firme na luta por justiça e visibilidade para o caso. A mobilização no dia do aniversário da criança pretende sensibilizar a sociedade e reforçar a cobrança às autoridades para que o desaparecimento não caia no esquecimento.
Principais causas do desaparecimento infantil
Diversos fatores contribuem para o desaparecimento de crianças e adolescentes, sendo as principais causas os conflitos familiares, que frequentemente levam a fugas de casa; o uso de drogas e álcool, resultando no afastamento voluntário ou em situações de vulnerabilidade; os maus-tratos e o abuso sexual, que podem motivar o desaparecimento ou até mesmo o sequestro; o trabalho escravo, em que menores são explorados em condições degradantes; o tráfico de pessoas, incluindo exploração sexual e remoção de órgãos; e a adoção ilegal, na qual crianças são levadas para outros países sem os devidos trâmites legais.
Legislação e medidas para enfrentar o problema
Diante da crise dos desaparecimentos, o Brasil implementou a Lei nº 13.812/2019, que instituiu a Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas e criou o Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas. A legislação estabelece que a busca por desaparecidos seja tratada como prioridade e urgência pelo poder público, além de exigir a cooperação entre órgãos de segurança e entidades responsáveis.
Paralelamente, a Campanha Criança Desaparecida, promovida pelo Conselho Federal de Medicina, propõe ações fundamentais para a prevenção e o enfrentamento desse problema, como a notificação obrigatória de todos os boletins de ocorrência ao Ministério da Justiça, acompanhados de fotos do desaparecido; a atualização constante do Cadastro Nacional de Desaparecidos e a realização de campanhas preventivas; a expedição de RG para recém-nascidos, garantindo maior controle da identidade infantil; a unificação nacional da numeração do RG, facilitando o rastreamento de menores; e a criação de um sistema de alerta regional, semelhante ao Alerta AMBER dos Estados Unidos, que permite a rápida comunicação sobre desaparecimentos.
O que fazer em caso de desaparecimento de criança ou adolescente?
Caso uma criança desapareça, a atuação rápida é essencial. O primeiro passo é registrar imediatamente o boletim de ocorrência na delegacia mais próxima, pois não há necessidade de aguardar 24 horas para comunicar o desaparecimento. É fundamental levar fotos atualizadas da criança para facilitar a identificação e verificar se o telefone de contato da família informado no boletim está correto. Além disso, é importante avisar familiares e amigos para ampliar a rede de busca, percorrer os locais que a criança frequenta e procurar por testemunhas.
Durante a busca, deve-se informar às autoridades as roupas e objetos que a criança usava no momento do desaparecimento, bem como manter alguém no local onde ela foi vista pela última vez, já que muitas crianças tendem a retornar ao ponto inicial. Ensinar os menores a memorizar telefones úteis para emergências também é uma medida preventiva essencial. Caso a criança seja encontrada, a polícia deve ser informada imediatamente para que o registro de desaparecimento seja retirado dos bancos de dados oficiais.
Para denúncias e apoio, é possível recorrer a diversos canais especializados, como o Disque 100 (Central de Direitos Humanos), o Disque 181 (para denúncias anônimas sobre desaparecimento e tráfico de pessoas), o Disque 190 (Polícia Militar), o Cadastro Nacional de Desaparecidos, a SOS Crianças Desaparecidas – FIA, a SaferNet (para casos de exploração infantil na internet), o Localização e Identificação de Desaparecidos – MPRJ, o Projeta Brasil (plataforma de denúncias) e as delegacias especializadas em pessoas desaparecidas.
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Desaparecimento de Edson Davi
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