Caso Juliana: Jovem baleada na cabeça pela PRF na luta pela vida e justiça

Jovem-foi-baleada-na-cabeca-durante-abordagem-da-PRF-na-vespera-do-Natal-Foto-ReproducaoTV-Globo

Na noite de 24 de dezembro de 2024, Juliana Leite Rangel, de 26 anos, viajava com a família para uma ceia de Natal em Niterói quando foi baleada na cabeça durante uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Rodovia Washington Luís, no Rio de Janeiro. Após 45 dias de internação no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN), em Duque de Caxias, Juliana recebeu alta nesta quinta-feira, dia 6 de fevereiro de 2025, marcando o fim de uma longa batalha pela sobrevivência.

O caso gerou grande repercussão e mobilização social, levando à abertura de investigações pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal. A família de Juliana segue cobrando justiça e responsabilização dos agentes envolvidos.

Ação rápida da PM foi essencial para salvar Juliana

Logo após o disparo, policiais militares que estavam na região prestaram os primeiros socorros a Juliana, levando-a às pressas para o hospital. A rápida intervenção foi essencial para que a jovem chegasse com vida à unidade de saúde e tivesse a chance de se recuperar.

O jornalista e fundador da ComCausa, Adriano Dias, ressaltou a importância da ação dos PMs naquele momento crítico: “A ação dos policiais militares naquele momento foi fundamental para que Juliana tivesse a oportunidade de sobreviver. Quando falamos sobre segurança pública, precisamos valorizar quem, de fato, está comprometido em salvar vidas.”

A luta pela vida e o trabalho incansável dos profissionais de saúde

Juliana passou por procedimentos cirúrgicos delicados e enfrentou momentos críticos durante a internação. Mas, com o apoio dos profissionais do HMAPN, sua recuperação superou as expectativas.

O diretor-geral do hospital, Thiago Resende, destacou o comprometimento da equipe médica: “Juliana sai curada, andando, conversando e interagindo. Quero agradecer toda a equipe médica, de enfermagem e administrativa, que conseguiu salvar a vida dela. Hoje ela está aqui feliz, recebendo alta.”

A jovem continuará sua reabilitação com sessões de fisioterapia e fonoaudiologia para recuperar totalmente suas funções motoras e cognitivas.

Adriano Dias também elogiou o trabalho dos profissionais de saúde: “São verdadeiros heróis da vida real. A gente precisa lembrar que, muitas vezes, a saúde pública é a única alternativa para salvar vidas, e foi exatamente isso que vimos nesse caso. O esforço dos médicos, enfermeiros e toda a equipe foi essencial para que Juliana pudesse sair do hospital hoje.”

Investigação e afastamento dos agentes da PRF

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal abriram investigações para apurar as circunstâncias do disparo. Os agentes da PRF envolvidos na abordagem foram afastados preventivamente de suas funções operacionais enquanto o caso é analisado.

Até o momento, a corporação não divulgou detalhes sobre a abordagem nem sobre o que teria motivado o tiro que atingiu Juliana. A família da jovem continua cobrando esclarecimentos e responsabilização.

Histórico de violência em abordagens da PRF

O caso de Juliana se soma a outros episódios trágicos envolvendo a PRF e o uso excessivo de força letal. Em setembro de 2023, Heloísa dos Santos Silva, uma menina de apenas 3 anos, foi morta por um disparo na cabeça enquanto o carro de sua família transitava pelo Arco Metropolitano, em Seropédica.

Outro caso emblemático ocorreu em junho de 2023, quando Anne Caroline Nascimento Silva, de 23 anos, foi morta em uma abordagem na mesma Rodovia Washington Luís. Esses casos reacenderam o debate sobre protocolos de segurança pública e o uso desproporcional da força policial.

Nota de lamento da ComCausa

A OSC ComCausa emitiu uma nota oficial manifestando pesar e indignação pelo caso de Juliana e ressaltando a necessidade de mudanças urgentes nas práticas de segurança pública no Brasil.

“Mais uma vez, presenciamos um episódio de violência que atinge diretamente uma família brasileira, transformando um momento de celebração em dor e desespero,” destacou a nota.

A entidade também reforçou a importância do recente decreto do governo federal que regula o uso da força policial, mas alertou que, sem implementação rigorosa e responsabilização dos agentes, tragédias como essa continuarão a ocorrer.

Caminho para justiça e mudança

O caso de Juliana evidencia a necessidade de uma resposta firme do sistema judicial e do Estado, assegurando que ações policiais estejam em conformidade com protocolos que preservem vidas. O episódio deve ser investigado com transparência e servir como catalisador para mudanças reais nas políticas de segurança pública.

Para Adriano Dias, a violência em abordagens policiais precisa ser combatida com seriedade: “Não podemos normalizar que uma jovem seja baleada na cabeça durante uma abordagem policial. Precisamos de uma segurança que proteja vidas, e não que coloque a população em risco. Casos como o da Juliana exigem respostas e mudanças reais.”

Agora, com a alta hospitalar, Juliana inicia uma nova fase de sua vida. Sua família planeja uma nova celebração de Natal para simbolizar sua segunda chance, mas também seguirá mobilizada para garantir que a justiça seja feita.

O país não pode permitir que Juliana seja apenas mais um número nas estatísticas de violência policial. Que sua história seja um símbolo de resistência e um chamado para que o uso da força pelas autoridades seja sempre a última alternativa.

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