Ato simbólico em Queimados mantém viva a memória das vítimas da Chacina da Baixada

ato simbólico na Praça Nossa Senhora da Conceição, em Queimados

Na tarde desta segunda-feira, a Praça Nossa Senhora da Conceição, em Queimados, foi cenário de um ato simbólico carregado de emoção que antecedeu a sessão solene na Câmara Municipal, marcando os 20 anos da Chacina da Baixada. A manifestação reuniu familiares das vítimas, ativistas e membros da sociedade civil em um momento de reflexão, resistência e clamor por justiça, reafirmando que as 29 vidas perdidas em 31 de março de 2005 jamais serão esquecidas.

No local, a ComCausa montou uma exposição que recontaram a trágica história da chacina, um dos episódios mais brutais de violência policial no estado do Rio de Janeiro. Naquela noite fatídica de 2005, policiais militares abriram fogo em Nova Iguaçu e Queimados, baleando 30 pessoas e matando 29, em uma ação que chocou o país.

A exposição trouxe à tona os detalhes do massacre, servindo como um lembrete doloroso da impunidade que ainda cerca o caso. O clima era de tristeza profunda, mas também de determinação. “Esse ato é um recado: a Baixada não esquece, e a luta por justiça segue”, declarou Adriano Dias, fundador da ComCausa, que coordenou as ações de memória ao longo do dia. “Não estamos aqui só para chorar, mas para exigir que essa dor não se repita“, afirmou Katia Patricia, irmã de uma das vítimas. “Enquanto houver impunidade, nossa luta continua.”

O fogo da resistência

Ao final da cerimônia na praça, as 29 velas foram acesas, que chamou a atenção de quem passava pelo local. Mais do que uma homenagem, o gesto simbolizou a chama da resistência que, mesmo após duas décadas, não se apaga. “Esse fogo representa nossas vozes, que seguem vivas, cobrando justiça”, disse Silvânia Azevedo, outra familiar presente no evento.

Por que lembrar?

Passados 20 anos, a Chacina da Baixada permanece como uma ferida aberta. Apenas três policiais foram condenados, e muitos familiares ainda aguardam reparação e respostas. Ações como o ato simbólico e a sessão solene reforçam a importância de manter viva a memória como instrumento de pressão por justiça e prevenção de novas violências. “Enquanto não houver justiça, estaremos aqui, todo ano, lembrando, cobrando e honrando quem se foi”, declarou Silvânia.

Sessão solene: um marco de memória

Após o ato na praça, o grupo seguiu para a Câmara de Vereadores de Queimados, onde foi realizada uma sessão solene em memória das vítimas. Proposta pela ComCausa e conduzida pelo vereador Professor Castelano, a cerimônia reuniu autoridades, familiares e representantes da sociedade civil. O evento marcou o encerramento das atividades alusivas aos 20 anos da chacina, que tiveram início com uma missa em Nova Iguaçu, no dia 30 de março de 2025.

Missa na véspera em Nova Iguaçu

As atividades alusivas aos 20 anos da Chacina da Baixada começaram em 30 de março de 2024, com uma missa na mesma Paróquia Sagrada Família, em Nova Iguaçu, seguida por um ato público na Praça Nossa Senhora da Conceição, em Queimados. A sessão solene de 31 de março de 2025 representou o encerramento oficial dessa série de eventos, que buscou manter viva a memória das vítimas e discutir ações concretas para a segurança pública e os direitos humanos na região.

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