ComCausa marca presença no ato em memória de Edson Davi e reforça a luta por justiça nos casos de desaparecimento

Ato em memória de Edson Davi - Arquivo ComCausa

Neste sábado, a família de Edson Davi organizou um ato em memória do menino, desaparecido há um ano, destacando as graves falhas no enfrentamento do problema de desaparecimentos no estado do Rio de Janeiro. O estado segue com índices alarmantes, especialmente nas periferias e na Baixada Fluminense, e o caso de Edson, junto a outros como o da Flaviane Carvalho, desaparecida desde 23 de dezembro em Nova Iguaçu, ilustra a falta de respostas das autoridades e a negligência em muitas investigações.

Marize, mãe de Edson Davi, fez um apelo emocionado em busca de respostas sobre o caso de seu filho. Ela relatou que não mantém contato com a delegacia desde o segundo mês após o desaparecimento, pois nunca acreditou na versão de que ele teria se afogado. “Eles me disseram que meu filho deve ter ficado preso nas pedras, mas meu filho nunca entraria no mar. Contratei uma perícia séria, que provou, por meio de relatório, que meu filho nunca entrou no mar. Isso é um fato, temos como provar“, afirmou.

Marize também pediu que a Polícia Federal assuma a investigação com seriedade e dignidade. “Nosso apelo é que a Polícia Federal passe a investigar o caso do meu filho, com seriedade e dignidade, e faça justiça por Davi. Tudo leva a crer que meu filho foi vítima de tráfico humano”, disse.

Por fim, ela afirmou: “Eu só quero saber o que aconteceu com meu filho para poder descansar.”

A Baixada Fluminense concentra uma parte significativa dos desaparecimentos no estado, mas muitos desses casos rapidamente caem no esquecimento, tanto pela imprensa, que logo substitui um drama por outro, quanto pelas autoridades, que frequentemente encerram os processos sem respostas definitivas devido à falta de recursos e estrutura adequada. Isso gera uma sensação de desamparo e perpetua a angústia das famílias, que continuam em busca de informações e esperança.

Adriano Dias, fundador da ComCausa, destacou a gravidade do cenário: “A insensibilidade do estado em criar redes de apoio para resolver os casos e oferecer suporte psicológico às famílias é uma das maiores falhas estruturais no enfrentamento desse problema. A dor de quem busca desaparecidos é uma dor que nunca passa, como vemos em casos ainda não resolvidos da ditadura militar.”

O caso de Edson Davi exemplifica a falta de respostas concretas e a escassez de medidas eficazes, refletindo as dificuldades enfrentadas por muitas outras famílias na Baixada Fluminense e em todo o estado. O ato teve como objetivo homenagear a memória do menino e, ao mesmo tempo, pressionar por políticas públicas mais efetivas no combate aos desaparecimentos, além de mais empenho nas investigações.

Organizações da sociedade civil, como a ComCausa, desempenham um papel fundamental oferecendo apoio às famílias e cobrando maior ação das autoridades. Adriano Dias complementa: “É essencial que a sociedade civil continue pressionando para que esses casos não sejam esquecidos. A luta não pode parar enquanto houver famílias em sofrimento.”

A falta de apoio técnico, psicológico e estrutural por parte do estado continua sendo uma das maiores falhas da segurança pública no Rio de Janeiro. É urgente uma revisão nas políticas públicas para que as milhares de famílias afetadas possam contar com uma rede de apoio eficiente e respostas concretas.

O vereador Leniel esteve presente no ato em memória do desaparecimento de Edson Davi, demonstrando seu apoio à causa e à luta das famílias que clamam por justiça.

Índices de desaparecimentos no Rio de Janeiro

Os índices de desaparecimentos no Rio de Janeiro têm apresentado números alarmantes nos últimos anos. Em 2024, o estado registrou uma média de 16 desaparecimentos por dia, totalizando 2.533 casos entre janeiro e maio.

Em 2023, o número de desaparecimentos foi ainda mais elevado, com 5.815 registros ao longo do ano, representando um aumento de 11% em relação a 2022.

A Baixada Fluminense destaca-se como uma das regiões com maior incidência de desaparecimentos. Em 2023, Mesquita registrou 483 casos, seguida por Duque de Caxias com 390 e Niterói com 267.

Esses números refletem uma realidade preocupante, evidenciando a necessidade urgente de políticas públicas eficazes para enfrentar o problema dos desaparecimentos no estado.

Caso Flaviane Carvalho:

Flaviane Carvalho, moradora do bairro Corumbá, em Nova Iguaçu, está desaparecida e a família desesperada busca informações sobre seu paradeiro. Ela desapareceu na manhã de 23 de dezembro de 2024, após sair de casa, e desde então, não houve mais contato ou notícias sobre ela.

Flaviane Carvalho continua desaparecida e família intensifica buscas em Nova Iguaçu

Relembre o caso Edson Lucas

O desaparecimento de Edson ocorreu enquanto ele brincava com outras duas crianças perto da barraca de seu pai no posto 4 da Barra da Tijuca. Por volta das 15h30, após fazer um lanche, ele saiu do comércio para se juntar aos meninos. O pai, também chamado Edson Davi, percebeu que o filho havia sumido por volta das 16h30, enquanto fechava uma conta na barraca.

Desaparecimento de Edson Davi

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