Unión Latam & Europe La Infancia Primero

NASCIMENTO E ORDENAÇÃO
O nordestino, nascido como Fernando em Aracaju, no Sergipe, em 18 de Janeiro de 1918. Adotou o nome Dom Adriano Mandarino Hipólito quando ordenado padre em Salvador, em 1942. Tinha habilidades na música e poesia, onde cultivava amizade com Manuel Bandeira e era um exímio orador.

Adriano Hypólito, frade franciscano - à esquerda -, em foto de 1962. Um ano depois, foi ordenado Bispo em Salvador
Adriano Hypólito, frade franciscano - à esquerda -, em foto de 1962. Um ano depois, foi ordenado Bispo em Salvador

A VINDA PARA BAIXADA E O INÍCIO DA CAMINHADA PELA DEFESA DOS DIREITOS DOS MAIS POBRES
Chegou na Baixada e escolheu os mais pobres, a defesa dos direitos humanos. Defendia que todos deveriam ter os mesmos direitos, oportunidades e que fossem compreendidos. Essa mensagem não chegou bem aos ouvidos dos militares e recebeu como penitência, uma intensa perseguição para silenciar sua voz e findar sua atuação.

TEMPOS DE DITADURA
Nos anos mais duros da Ditadura, Dom Adriano, foi figura importante para a história na Igreja Católica e as lutas sociais da Baixada Fluminense. Atuou com rigor em relação à repressão e violência dos poderosos. A frente da diocese de Nova Iguaçu “acolheu” perseguidos políticos, inclusive padres, em alguns casos empregando-os na estrutura diocesana. Atuou como articulador de diferentes lideranças dos bairros onde a Igreja estava inserida.

PERSEGUIÇÃO
Também foi um articulador de diferentes movimentos e lideranças dos bairros onde a Igreja estava inserida. Isso era visto como uma ação subversiva ao Estado. Passou a ser perseguido e após anos de ameaças - chegou a ser aconselhado por amigos e até por superiores a deixar a Baixada-, mas insistiu em continuar seu trabalho.

O bispo foi ameaçado de morte e chegou a ser aconselhado por amigos e até por superiores a deixar a Baixada Fluminense.

Dom Adriano #ComCausa

SEQUESTRO
Ao defender os excluídos, pobres, trabalhadores, recebeu diversas avisos que sua atuação teria consequências. Uma das mais graves, de uma lista de episódios, foi um sequestro em 1976. Dom Adriano foi capturado por seis homens que o espancaram por horas, sempre sob ameaças, foi levado até um matagal em Jacarepaguá e abandonado nu com o corpo todo pichado de vermelho.

Foto de entrevista após o episódio / ALCYR CAVALCANTI (23_09_1976)
Foto de entrevista após o episódio / ALCYR CAVALCANTI (23_09_1976)

— Eu não ia dar esse gosto aos meus sequestradores. O sequestro, não tenho dúvidas, foi organizado por militares da linha-dura, mas o inquérito jamais apontou responsáveis. Fui encapuzado, algemado e levado num carro, que passou pelo menos duas vezes pela Vila Militar. Tiraram minha roupa e, depois de me baterem, me pintaram com um spray vermelho, sempre me acusando de ser comunista. Eu estava preparado para morrer, mas, como eles mesmos disseram, foi só uma lição — contou dom Adriano Hypólito, em entrevista ao GLOBO publicada na edição de 13 de novembro de 1994.

EXLPOSÃO DO FUSCA EM FRENTE A CNBB
As ameaças a dom Adriano, no entanto, não cessaram. Crítico do regime autoritário e classificado como um dos “bispos vermelhos” por militares da linha-dura, um ano após o seu sequestro dom Adriano Hypólito viveu outra intimidação de agentes da ditadura. Em 1977, homens armados, até com metralhadora, invadiram o Centro de Formação de Líderes da Igreja, em Nova Iguaçu — que hoje guarda o acervo do bispo — e impediram a realização de congresso sobre Direitos Humanos.

Fusca foi destruído numa exploproximidades da CNBB, na Glória. ALCYR CAVALCANTI (23_09_1976)

INVASÃO DO CENTRO DE FORMAÇÃO DE LÍDERES
As ameaças a dom Adriano, no entanto, não cessaram. Crítico do regime autoritário e classificado como um dos “bispos vermelhos” por militares da linha-dura, um ano após o seu sequestro dom Adriano Hypólito viveu outra intimidação de agentes da ditadura. Em 1977, homens armados, até com metralhadora, invadiram o Centro de Formação de Líderes da Igreja, em Nova Iguaçu — que hoje guarda o acervo do bispo — e impediram a realização de congresso sobre Direitos Humanos.

PIXAÇÕES NAS IGREJAS
Em meio a novas ameaças de sequestro, a escalada das ações terroristas registrou ainda duas outras ações que marcaram a Baixada Fluminense. No dia 9 de novembro de 1979, a Catedral de Santo Antônio de Jacutinga, sede da Diocese da cidade, e a Igreja da Prata, localizada no bairro do mesmo nome e hoje tombada por sua importância cultural para a cidade pelo INEPAC – Instituto Estadual do Patrimônio Cultural, amanheceram pichadas com frases escritas com tinta spray vermelha: “Aqui sede do PCB” e “O bispo é comunista”, entre outras injúrias contra dom Adriano.

PICHAÇÕES NAS IGREJAS Dom Adriano ComCausa

ATENTADO A BOMBA NA CATEDRAL DE SANTO ANTÔNIO EM NOVA IGUAÇU
O ataque mais impactante, além do sequestro de Dom Adriano, ocorreu dia 20 de dezembro de 1979. Uma bomba explodiu no altar da Catedral da Diocese, a mesma que havia sido pichada. Ouvida num raio de um quilômetro, a explosão destruiu portas, janelas e o sacrário, ferindo levemente um operário que montava um presépio de Natal.

Bomba destrói o altar da Igreja de Santo Antônio em Nova Iguaçu - ALBERTO JACOB (20_12_1979) O GLOBO.
Bomba destrói o altar da Igreja de Santo Antônio em Nova Iguaçu - ALBERTO JACOB (20_12_1979) O GLOBO.
Altar após a Bomba na Catedral de Nova Iguaçu
Altar após a Bomba na Catedral de Nova Iguaçu

A MISSÃO PROCEGUE APÓS DITADURA

Após a Ditadura, seguiu seu trabalho de combate à violência. Os crimes cometidos pelo Esquadrão da Morte tinham cobranças duras de Dom Adriano que questionava diretamente das autoridades a devida investigações, elucidação e punição dos culpados. Após a redemocratização nos 1980, continuou sua atuação também pelos direitos mais essenciais, como moradia, transporte, trabalho, saneamento e saúde. Além de ajudar na consolidação de movimentos sociais e lideranças comunitárias. Em 1993, Dom Adriano inaugurou o Centro de Direitos Humanos, para continuar o trabalho da Comissão de Justiça e Paz.

Como Bispo-emérito de Nova Iguaçu em foto poucos meses antes de morrer em 1996. ZECA FONSECA (16_03_1996) - O GLOBO.
Como Bispo-emérito de Nova Iguaçu em foto poucos meses antes de morrer em 1996. ZECA FONSECA (16_03_1996) - O GLOBO.

FIM DO BISPADO E NOVA MISSÃO
Em 1994, após 28 anos à frente da Diocese, deixou o cargo por ter completado 75 anos, renuncia e passa o comando da Diocese de Nova Iguaçu para o Bispo Dom Werner Franz Siebenbrock, tornando-se Bispo-emérito e assumindo a Sociedade de Defesa dos Direitos Humanos e da Cidadania. No dia 10 de Agosto de 1996, nosso Dom Adriano Hypolito falece aos 78 anos.

LEGADO DO PASTOR QUE ANDAVA COM AS OVELHAS
“Dom Adriano era protetor da população mais pobre e defensor dos direitos humanos mais básicos. Exatamente por conta de seus posicionamentos, o religioso foi tido como comunista pelos militares, apesar de nunca se se posicionar ideologicamente, sendo humanista por princípio Cristão. Assim, como fonte de inspiração por seus atos, do ‘pastor que andava com as ovelhas’ – como disse Gilney Vianna, então coordenador do Projeto de Memória e Verdade da Secretaria de Presidência da República -, a ComCausa que o tem com referência de persistência e fé. Um dos personagens de maior referência na luta pelos direitos humanos na Baixada Fluminense” – Adriano Dias, fundador da ComCausa.

Webdesigner: Virtuo Agência | Textos: Alexandre Paiva e Adriano Dias

NASCIMENTO E ORDENAÇÃO
O nordestino, nascido como Fernando em Aracaju, no Sergipe, em 18 de Janeiro de 1918. Adotou o nome Dom Adriano Mandarino Hipólito quando ordenado padre em Salvador, em 1942. Tinha habilidades na música e poesia, onde cultivava amizade com Manuel Bandeira e era um exímio orador.

Adriano Hypólito, frade franciscano - à esquerda -, em foto de 1962. Um ano depois, foi ordenado Bispo em Salvador
Adriano Hypólito, frade franciscano - à esquerda -, em foto de 1962. Um ano depois, foi ordenado Bispo em Salvador

A VINDA PARA BAIXADA E O INÍCIO DA CAMINHADA PELA DEFESA DOS DIREITOS DOS MAIS POBRES
Chegou na Baixada e escolheu os mais pobres, a defesa dos direitos humanos. Defendia que todos deveriam ter os mesmos direitos, oportunidades e que fossem compreendidos. Essa mensagem não chegou bem aos ouvidos dos militares e recebeu como penitência, uma intensa perseguição para silenciar sua voz e findar sua atuação.

TEMPOS DE DITADURA
Nos anos mais duros da Ditadura, Dom Adriano, foi figura importante para a história na Igreja Católica e as lutas sociais da Baixada Fluminense. Atuou com rigor em relação à repressão e violência dos poderosos. A frente da diocese de Nova Iguaçu “acolheu” perseguidos políticos, inclusive padres, em alguns casos empregando-os na estrutura diocesana. Atuou como articulador de diferentes lideranças dos bairros onde a Igreja estava inserida.

PERSEGUIÇÃO
Também foi um articulador de diferentes movimentos e lideranças dos bairros onde a Igreja estava inserida. Isso era visto como uma ação subversiva ao Estado. Passou a ser perseguido e após anos de ameaças - chegou a ser aconselhado por amigos e até por superiores a deixar a Baixada-, mas insistiu em continuar seu trabalho.

O bispo foi ameaçado de morte e chegou a ser aconselhado por amigos e até por superiores a deixar a Baixada Fluminense.

Dom Adriano #ComCausa

SEQUESTRO
Ao defender os excluídos, pobres, trabalhadores, recebeu diversas avisos que sua atuação teria consequências. Uma das mais graves, de uma lista de episódios, foi um sequestro em 1976. Dom Adriano foi capturado por seis homens que o espancaram por horas, sempre sob ameaças, foi levado até um matagal em Jacarepaguá e abandonado nu com o corpo todo pichado de vermelho.

Foto de entrevista após o episódio / ALCYR CAVALCANTI (23_09_1976)
Foto de entrevista após o episódio / ALCYR CAVALCANTI (23_09_1976)

— Eu não ia dar esse gosto aos meus sequestradores. O sequestro, não tenho dúvidas, foi organizado por militares da linha-dura, mas o inquérito jamais apontou responsáveis. Fui encapuzado, algemado e levado num carro, que passou pelo menos duas vezes pela Vila Militar. Tiraram minha roupa e, depois de me baterem, me pintaram com um spray vermelho, sempre me acusando de ser comunista. Eu estava preparado para morrer, mas, como eles mesmos disseram, foi só uma lição — contou dom Adriano Hypólito, em entrevista ao GLOBO publicada na edição de 13 de novembro de 1994.

EXLPOSÃO DO FUSCA EM FRENTE A CNBB
As ameaças a dom Adriano, no entanto, não cessaram. Crítico do regime autoritário e classificado como um dos “bispos vermelhos” por militares da linha-dura, um ano após o seu sequestro dom Adriano Hypólito viveu outra intimidação de agentes da ditadura. Em 1977, homens armados, até com metralhadora, invadiram o Centro de Formação de Líderes da Igreja, em Nova Iguaçu — que hoje guarda o acervo do bispo — e impediram a realização de congresso sobre Direitos Humanos.

Fusca foi destruído numa exploproximidades da CNBB, na Glória. ALCYR CAVALCANTI (23_09_1976)

INVASÃO DO CENTRO DE FORMAÇÃO DE LÍDERES
As ameaças a dom Adriano, no entanto, não cessaram. Crítico do regime autoritário e classificado como um dos “bispos vermelhos” por militares da linha-dura, um ano após o seu sequestro dom Adriano Hypólito viveu outra intimidação de agentes da ditadura. Em 1977, homens armados, até com metralhadora, invadiram o Centro de Formação de Líderes da Igreja, em Nova Iguaçu — que hoje guarda o acervo do bispo — e impediram a realização de congresso sobre Direitos Humanos.

PIXAÇÕES NAS IGREJAS
Em meio a novas ameaças de sequestro, a escalada das ações terroristas registrou ainda duas outras ações que marcaram a Baixada Fluminense. No dia 9 de novembro de 1979, a Catedral de Santo Antônio de Jacutinga, sede da Diocese da cidade, e a Igreja da Prata, localizada no bairro do mesmo nome e hoje tombada por sua importância cultural para a cidade pelo INEPAC – Instituto Estadual do Patrimônio Cultural, amanheceram pichadas com frases escritas com tinta spray vermelha: “Aqui sede do PCB” e “O bispo é comunista”, entre outras injúrias contra dom Adriano.

PICHAÇÕES NAS IGREJAS Dom Adriano ComCausa

ATENTADO A BOMBA NA CATEDRAL DE SANTO ANTÔNIO EM NOVA IGUAÇU
O ataque mais impactante, além do sequestro de Dom Adriano, ocorreu dia 20 de dezembro de 1979. Uma bomba explodiu no altar da Catedral da Diocese, a mesma que havia sido pichada. Ouvida num raio de um quilômetro, a explosão destruiu portas, janelas e o sacrário, ferindo levemente um operário que montava um presépio de Natal.

Bomba destrói o altar da Igreja de Santo Antônio em Nova Iguaçu - ALBERTO JACOB (20_12_1979) O GLOBO.
Bomba destrói o altar da Igreja de Santo Antônio em Nova Iguaçu - ALBERTO JACOB (20_12_1979) O GLOBO.
Altar após a Bomba na Catedral de Nova Iguaçu
Altar após a Bomba na Catedral de Nova Iguaçu

A MISSÃO PROCEGUE APÓS DITADURA

Após a Ditadura, seguiu seu trabalho de combate à violência. Os crimes cometidos pelo Esquadrão da Morte tinham cobranças duras de Dom Adriano que questionava diretamente das autoridades a devida investigações, elucidação e punição dos culpados. Após a redemocratização nos 1980, continuou sua atuação também pelos direitos mais essenciais, como moradia, transporte, trabalho, saneamento e saúde. Além de ajudar na consolidação de movimentos sociais e lideranças comunitárias. Em 1993, Dom Adriano inaugurou o Centro de Direitos Humanos, para continuar o trabalho da Comissão de Justiça e Paz.

Como Bispo-emérito de Nova Iguaçu em foto poucos meses antes de morrer em 1996. ZECA FONSECA (16_03_1996) - O GLOBO.
Como Bispo-emérito de Nova Iguaçu em foto poucos meses antes de morrer em 1996. ZECA FONSECA (16_03_1996) - O GLOBO.

FIM DO BISPADO E NOVA MISSÃO
Em 1994, após 28 anos à frente da Diocese, deixou o cargo por ter completado 75 anos, renuncia e passa o comando da Diocese de Nova Iguaçu para o Bispo Dom Werner Franz Siebenbrock, tornando-se Bispo-emérito e assumindo a Sociedade de Defesa dos Direitos Humanos e da Cidadania. No dia 10 de Agosto de 1996, nosso Dom Adriano Hypolito falece aos 78 anos.

LEGADO DO PASTOR QUE ANDAVA COM AS OVELHAS
“Dom Adriano era protetor da população mais pobre e defensor dos direitos humanos mais básicos. Exatamente por conta de seus posicionamentos, o religioso foi tido como comunista pelos militares, apesar de nunca se se posicionar ideologicamente, sendo humanista por princípio Cristão. Assim, como fonte de inspiração por seus atos, do ‘pastor que andava com as ovelhas’ – como disse Gilney Vianna, então coordenador do Projeto de Memória e Verdade da Secretaria de Presidência da República -, a ComCausa que o tem com referência de persistência e fé. Um dos personagens de maior referência na luta pelos direitos humanos na Baixada Fluminense” – Adriano Dias, fundador da ComCausa.

Webdesigner: Virtuo Agência | Textos: Alexandre Paiva e Adriano Dias

Cultura de Direitos

Promover movimentos e ações que substituam a ‘cultura do desrespeito’, que leva à ‘cultura da violência’, por um sentimento de que as pessoas sejam detentoras, defensoras e promotoras dos direitos humanos.

 
#ComCausa Lona de Bairro Botafogo

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