NASCIMENTO E ORDENAÇÃO
O nordestino, nascido como Fernando em Aracaju, no Sergipe, em 18 de Janeiro de 1918. Adotou o nome Dom Adriano Mandarino Hipólito quando ordenado padre em Salvador, em 1942. Tinha habilidades na música e poesia, onde cultivava amizade com Manuel Bandeira e era um exímio orador.
A VINDA PARA BAIXADA E O INÍCIO DA CAMINHADA PELA DEFESA DOS DIREITOS DOS MAIS POBRES
Chegou na Baixada e escolheu os mais pobres, a defesa dos direitos humanos. Defendia que todos deveriam ter os mesmos direitos, oportunidades e que fossem compreendidos. Essa mensagem não chegou bem aos ouvidos dos militares e recebeu como penitência, uma intensa perseguição para silenciar sua voz e findar sua atuação.
TEMPOS DE DITADURA
Nos anos mais duros da Ditadura, Dom Adriano, foi figura importante para a história na Igreja Católica e as lutas sociais da Baixada Fluminense. Atuou com rigor em relação à repressão e violência dos poderosos. A frente da diocese de Nova Iguaçu “acolheu” perseguidos políticos, inclusive padres, em alguns casos empregando-os na estrutura diocesana. Atuou como articulador de diferentes lideranças dos bairros onde a Igreja estava inserida.
PERSEGUIÇÃO
Também foi um articulador de diferentes movimentos e lideranças dos bairros onde a Igreja estava inserida. Isso era visto como uma ação subversiva ao Estado. Passou a ser perseguido e após anos de ameaças - chegou a ser aconselhado por amigos e até por superiores a deixar a Baixada-, mas insistiu em continuar seu trabalho.
O bispo foi ameaçado de morte e chegou a ser aconselhado por amigos e até por superiores a deixar a Baixada Fluminense.
SEQUESTRO
Ao defender os excluídos, pobres, trabalhadores, recebeu diversas avisos que sua atuação teria consequências. Uma das mais graves, de uma lista de episódios, foi um sequestro em 1976. Dom Adriano foi capturado por seis homens que o espancaram por horas, sempre sob ameaças, foi levado até um matagal em Jacarepaguá e abandonado nu com o corpo todo pichado de vermelho.
— Eu não ia dar esse gosto aos meus sequestradores. O sequestro, não tenho dúvidas, foi organizado por militares da linha-dura, mas o inquérito jamais apontou responsáveis. Fui encapuzado, algemado e levado num carro, que passou pelo menos duas vezes pela Vila Militar. Tiraram minha roupa e, depois de me baterem, me pintaram com um spray vermelho, sempre me acusando de ser comunista. Eu estava preparado para morrer, mas, como eles mesmos disseram, foi só uma lição — contou dom Adriano Hypólito, em entrevista ao GLOBO publicada na edição de 13 de novembro de 1994.
EXLPOSÃO DO FUSCA EM FRENTE A CNBB
As ameaças a dom Adriano, no entanto, não cessaram. Crítico do regime autoritário e classificado como um dos “bispos vermelhos” por militares da linha-dura, um ano após o seu sequestro dom Adriano Hypólito viveu outra intimidação de agentes da ditadura. Em 1977, homens armados, até com metralhadora, invadiram o Centro de Formação de Líderes da Igreja, em Nova Iguaçu — que hoje guarda o acervo do bispo — e impediram a realização de congresso sobre Direitos Humanos.
INVASÃO DO CENTRO DE FORMAÇÃO DE LÍDERES
As ameaças a dom Adriano, no entanto, não cessaram. Crítico do regime autoritário e classificado como um dos “bispos vermelhos” por militares da linha-dura, um ano após o seu sequestro dom Adriano Hypólito viveu outra intimidação de agentes da ditadura. Em 1977, homens armados, até com metralhadora, invadiram o Centro de Formação de Líderes da Igreja, em Nova Iguaçu — que hoje guarda o acervo do bispo — e impediram a realização de congresso sobre Direitos Humanos.
PIXAÇÕES NAS IGREJAS
Em meio a novas ameaças de sequestro, a escalada das ações terroristas registrou ainda duas outras ações que marcaram a Baixada Fluminense. No dia 9 de novembro de 1979, a Catedral de Santo Antônio de Jacutinga, sede da Diocese da cidade, e a Igreja da Prata, localizada no bairro do mesmo nome e hoje tombada por sua importância cultural para a cidade pelo INEPAC – Instituto Estadual do Patrimônio Cultural, amanheceram pichadas com frases escritas com tinta spray vermelha: “Aqui sede do PCB” e “O bispo é comunista”, entre outras injúrias contra dom Adriano.
